RIO QUER MAIS OBRAS NA CONCESSÃO DA CRT, MAS INFRAESTRUTURA NEGA
O secretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro, Delmo Pinho, voltou a pedir para que o governo faça melhorias no edital de concessão da rodovia RioValadares – sistema rodoviário que liga o Rio de Janeiro (RJ) a Governador Valadares (MG). O pedido foi feito durante a audiência pública da CVT (Comissão de Viação e Transportes) que tratou do processo de concessão da rodovia, na última sexta-feira (28).
Segundo Pinho, o principal problema está no trecho que engloba o município de Seropédica e a Avenida Brasil. Ele apontou que, por ser o trecho mais carregado de tráfego por parte do Rio de Janeiro, a previsão de construção de um hard shoulder (acostamento reversível) não será o suficiente.
“Os próprios estudos da EPL [Empresa de Planejamento e Logística] mostram que vai faltar capacidade neste trecho, mesmo com investimentos. Queremos enfatizar a necessidade de sangrar tráfego na rodovia para retirar veículos”, disse.
O secretário do Rio de Janeiro afirmou ainda que a solução pode vir com uma extensão entre a Dutra e a Via Light na direção do município de Queimados. A ideia é poder sangrar o tráfego na região e solucionar um possível problema de congestionamento na Baixada Fluminense.
“Quando não podemos aumentar a capacidade de uma via, temos que sangrar tráfego para retirar veículos. Isso pode ser feito nas duas cabeceiras. A primeira já é com uma conexão estadual e cabe a nós encaminhar. Do outro lado, para quem vai para Queimados, caberia esse investimento por parte do novo concessionário. Seria uma extensão entre a Dutra e a Via Light em direção a Queimados”, afirmou.
A audiência contou com a presença da secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura, Natália Marcassa. Segundo ela, a concessão da Via Light é de administração local e, portanto, fora da gestão do governo federal. Além disso, a previsão é que nos próximos anos o estado ganhará investimentos em novos modais que melhorarão a trafegabilidade na região.
“Estamos fazendo a construção de rodovias federais. A Via Light é uma rodovia estadual e não é o escopo da concessão. Obviamente temos uma complicação da ampliação de capacidade dada a faixa de domínio existente. Nos nossos estudos, com o nível de investimentos, os serviços não irão estourar. Sabemos que não poderemos fazer outra rodovia. Esperamos que, em 35 anos, o estado do Rio vá dar conta de outros investimentos em infraestrutura que começam com a Dutra”, explicou.
Quem também esteve na comissão foi o diretor de planejamento da EPL, Rafael Benini. Ele afirmou que o hard shoulder previsto no edital servirá para suportar o tráfego no trecho durante todo o período de concessão.
“Com a construção do hard shoulder, o nível de serviços só estouraria depois do 25º ano. Portanto, não era preciso nem fazer uma obra de ampliação além dessa. Lembrando que vamos ter o hard shoulder, com marginal até Queimados, e uma via ligando a Via Vermelha. A previsão é que a pista aguente até o final da concessão”, comentou.
Mudança em praça
Após um encontro que teve no Ministério da Infraestrutura, o prefeito do município de Magé, Renato Cozzolino, anunciou no site oficial da prefeitura da cidade que não haverá mais pedágios na BR-116 na cidade. A comunicação está neste link.
Isso levará a uma mudança significativa no projeto que foi apresentado em audiência pública, o que deverá atrasar ainda mais a finalização dos estudos e o consequente envio da proposta para o TCU (Tribunal de Contas da União). A licitação, anteriormente prevista para 2020, já não deve sair mais neste ano.
Outra concessão que encontrou objeção local para ser realizada no modelo apresentado pelo governo em audiência pública e não deve mais sair neste ano são os lotes de rodovias do Paraná. O conflito lá é para que o leilão não tenha limite de desconto nas tarifas do pedágio.
O Ministério da Infraestrutura também já cedeu e deve usar um modelo que foi utilizado em algumas concessões no início da gestão, de ampliar a necessidade de capital das companhias conforme elas ampliam os descontos no valor do pedágio.