19/05/2021 - 11:36:00

VEÍCULOS COM MENOS DE 50 TONELADAS NÃO VÃO PRECISAR MAIS RESPEITAR LIMITE DE PESO POR EIXO

VEÍCULOS COM MENOS DE 50 TONELADAS NÃO VÃO PRECISAR MAIS RESPEITAR LIMITE DE PESO POR EIXO

Em cerimônia realizada nesta terça-feira (18), o governo assinou duas MPs (medidas provisórias) e dois decretos presidenciais que fazem parte do Programa Gigantes do Asfalto. O objetivo anunciado das medidas é reduzir a burocracia e promover ações de saúde, de crédito e de segurança para o transporte rodoviário de cargas do país.
 
Uma MP trata da mudança na forma de pesagem de cargas. O objetivo é atualizar os limites de tolerância para o peso por eixo e a regulamentação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). De acordo com a medida, o aumento do limite será de 10% para 12,5% na pesagem por eixo. A MP também extingue a tolerância de peso por eixo para os veículos com PBT (Peso Bruto Total) inferior a 50 toneladas.
 
Com a medida, o governo pretende desonerar o caminhoneiro que trafega dentro do limite do PBT e que, no momento do carregamento, não consegue aferir o peso por eixo. A ação partiu de uma reivindicação da categoria que defende que algumas cargas são difíceis de serem distribuídas uniformemente na carroceria do caminhão.
 
O dispositivo ainda prevê mudanças no CTB (Código de Trânsito Brasileiro) na parte que trata das retenções de veículos. A nova proposta estabelece que o veículo com irregularidades que não possam ser reparadas no próprio local da infração poderá ser liberado, desde que ofereça condições de segurança para circulação. Já o documento será recolhido e, caso seja regularizado em 15 dias, será devolvido.

A mudança vinha sendo combatida por entidades do setor de rodovias concedidas e de obras públicas, que alertou o governo sobre riscos para a segurança dos usuários e também para o aumento de custos na manutenção das rodovias, que vai impactar o orçamento público e também poderá levar a impacto nos valores dos pedágios.
 
Documento eletrônico
Já a segunda MP institui o DT-e (Documento Eletrônico de Transporte). A proposta é que ele substitua os cerca de 41 documentos diferentes e que atualmente são necessários para emissão em uma viagem de origem e destino.
 
A ideia é que os caminhoneiros tenham num único equipamento eletrônico, que pode ser lido automaticamente, todas as informações sobre o veículo e a carga transportada, o que inclui valores do frete. Também será possível a utilização do DT-e como meio de comprovação de renda.
 
Segundo o governo, o uso experimental do documento começará em julho. Não será obrigatório e valerá somente para trechos específicos e para cargas de granéis sólidos vegetais. A expectativa é que no primeiro semestre de 2022 a operação comece a ser obrigatória para todos os transportes de cargas.
 
Durante a cerimônia, que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, falou que as ações do pacote reduzirão a exploração dos caminhoneiros e diminuirão os custos do transporte no Brasil. 
 
“Os nossos caminhoneiros são gigantes e estão acostumados a não ter nenhum apoio. Além disso, arcam com exploração, fretes baixos e intermediários. É isso que queremos mudar a partir de agora. Pela via do privado traremos o investimento para as rodovias. Já o DT-e irá acabar com as seis horas médias de perda de viagens. Tudo isso é custo”, disse.
 
Créditos para a categoria
Ainda durante a cerimônia, a Caixa Econômica prometeu ações de crédito para a categoria. Elas estão em linha com a MP do DT-e, uma vez que a medida promoverá alterações que permitirão a criação de um modelo de antecipação dos valores a receber pelo serviço de frete. O caminhoneiro autônomo poderá definir a menor taxa de desconto a ser contratada junto a agentes financeiros formais.
 
Já os títulos dos recebíveis de fretes serão vinculados a documentos fiscais eletrônicos gerados pelos fiscos estaduais e pela RFB (Receita Federal do Brasil), ou ao DT-e, que garantirá a autenticidade a esses títulos.
 
Conatt
Na mesma sessão foram assinados o decreto que cria o programa “Gigantes do Asfalto” e o que cria o Conatt (Comissão Nacional de Autoridades de Transportes Terrestres). A ideia do governo é que o órgão tenha funções semelhantes à Conaero (Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias) e à Conaportos (Comissão Nacional de Autoridades Portuárias) de ser um fórum consultivo e deliberativo no intuito de trazer uma gestão compartilhada entre autoridades do setor.
 
A comissão deverá se articular com entidades públicas e privadas que possuam programas, projetos e iniciativas relacionadas ao Gigantes do Asfalto. Também buscará incentivar e propor atos normativos, além de realizar revisões periódicas do programa. As MPs estão neste link, e os decretos, neste link.